24 de abril de 2010

Daria uma canção, não?


Um beijo lento
Leito de mordaça fria,
Coluna de baratas tontas,
Versos de poetas loucos.
Um beijo e um tanto.
Pernas vadias pelo ar-soltas.
Calças perdidas pela madrugada.
Corpos em pele, cantados nos raios.
Ah, como eu queria mais uma vez as margaridas.
Aquelas dentro dos teus olhos santos.
Ah, como eu queria tua voz partida.
Aquela mal dosada, em solavancos-muitos.
E os dedos longos sobre o meu pescoço.
A nuca arrepiada, o peito ofegante-delirante.
Teu suspiro ALTO.
Sobrou tanto-muito-algo
Lago de lembranças-valsas.
Olho meu rosto-face ladrilho de lágrimas baças.
Balancei aflito e a-go-ra (hora) morto.
Um beijo lento
Lenço de adeus num porto bem repleto-nem um teto.
BALSA-LAÇA-LAÇO-TEIA-CAÇA(animal ferido)

Felipe Freitag (poeta gaúcho e meu amigo querido)

Um comentário:

  1. Adorei! Achei o máximo as rimas e os tons. Muito bom. Beijos

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